ARQUITETURA NÃO CONSTRUÍDA COMO ARCABOUÇO TEÓRICO E CRÍTICO PARA O ENSINO COM A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS IMERSIVAS: O TRABALHO INTANGÍVEL DE MOSHE SAFDIE

A teoria e crítica da arquitetura debruça-se prioritariamente sobre a produção do ambiente construído de notáveis arquitetos ao longo da história humana. Para se analisar de modo abrangente a trajetória de um arquiteto em específico, é necessário entender sua produção arquitetônica, buscando compreender influências diversas, na trajetória profissional do indivíduo seja no âmbito pessoal, profissional ou filosófico. Não obstante, é comum que a própria produção de um determinado indivíduo sirva de inspiração no seu processo criativo projetual. Assim, ideias pregressas, construídas ou não, tornam-se referências que podem resultar projetos de grande relevância e qualidade arquitetônica. Desse modo a análise de projetos não construídos torna-se indispensável para um entendimento holístico da trajetória de um arquiteto. Ademais, o estudo de projetos não construídos pode revelar um arcabouço teórico e crítico de grande valia para a discussão e análise da arquitetura. Uma vez que a apreensão da arquitetura em sua totalidade demanda a percepção da espacialidade e levando-se em conta que projetos não construídos constantemente são documentados apenas bidimensionalmente, esta pesquisa propõe a materialização virtual tridimensional de projetos não construídos para documentar, difundir e proporcionar a apreensão do espaço arquitetônico até então intangível. Para isso este trabalho estabelecerá projetos não construídos do arquiteto Moshe Safdie como de especial interesse para esta pesquisa e intenciona documentá-la em metodologia BIM, assim como disponibilizá-la para visitação virtual imersiva com o uso de tecnologias de realidade expandidas (RX) utilizando o metaverso como ambiente expositivo. Assim, as tecnologias BIM e RVA serão utilizadas para criar experiências que permitam a apreciação da arquitetura possibilitando a divulgação do patrimônio arquitetônico. Esta pesquisa tem caráter qualitativo, exploratório e se desenvolve como Design Science Research, por meio de seis etapas, quais sejam: Revisão Sistemática, Idealização e projeto do artefato, Construção do artefato, Avaliação do artefato, Conclusão, e Comunicação dos resultados. O projeto desenvolvido terá potencial para auxiliar a reprodução de aplicações semelhantes, favorecendo que outras obras sejam disseminadas, valorizando o patrimônio intangível da arquitetura.